Quimioterapia! Essa palavra me assustava um pouco e com ela surgiam as dúvidas... Quantos ciclos eu vou fazer? Vermelha ou branca? Será que vou passar muito mal? E o cabelo vai cair?
Meu oncologista me encaminhou para a médica que iria cuidar de mim nessa etapa do tratamento. Na consulta, a médica muito tranquila, foi me explicando como tudo funcionava… e assim o monstro ficou menos assustador. Depois da consulta fui marcar a primeira sessão.
Agora eu já tinha dia para começar e terminar.
Comecei a pensar e raciocinar com mais tranquilidade e entender que a quimioterapia não era o problema e sim a solução. Afinal, esse era o meu tratamento, fazia parte da minha cura. Mesmo sabendo, por enquanto na teoria, que os efeitos não seriam nada agradáveis, eu precisava passar por isso. Era para o meu bem e sabia que no final das sessões eu olharia para trás e diria: foi difícil, mas passou e venci.
Chegou o dia da primeira quimio, tudo é estranho no início, mas as enfermeiras me acolheram muito bem e isto fez com que eu me sentisse mais a vontade e confortável. Eu chegava por volta das 09:00h e saía às 16:00h; e durante todo esse período eu recebia a medicação. Minha irmã que estava sempre comigo dizia: - “pense que este medicamento que você está recebendo vai entrar no teu organismo e realizar a sua função com louvor”. E assim eu fazia: imaginava a medicação contribuindo mais e mais para minha cura. Antes de ir para quimio eu passava na capela do hospital, pedia força e agradecia pelo tratamento e depois de cada sessão eu passava novamente na capela e pedia para que os sintomas fossem brandos.
Eu saía bem da quimio, só um pouco cansada de ficar tanto tempo sentada. No dia seguinte amanhecia com as bochechas vermelhas, mas estava bem; no segundo dia começava o mal estar e no terceiro dia piorava um pouco. Sentia aquela apatia, vontade de ficar deitada, sem ânimo, depois vinha o enjoo e comer nem pensar.
Com o passar dos dias o mal-estar ia passando e eu entrava na fase da melhora. Na próxima consulta antes da segunda quimio, contei para a médica tudo o que tinha sentido e perguntei se estes seriam os sintomas ou teria alguma surpresa e ela me disse que basicamente estes seriam os sintomas. Então pensei, é ruim, mas a gente consegue sobreviver, agora tenho que me fortalecer e preparar para a próxima e já posso riscar no calendário menos uma. Assim, fui fazendo as minhas sessões de quimio, uma após a outra…