Como todo ano, fui fazer meus exames periódicos de ecografia de mama e mamografia. Durante a ecografia, percebi que algo não estava certo, anteciparam o meu resultado e fui consultar um mastologista (médico que trata de todas as doenças de mama). Fiz biópsia e esperei o resultado. Foram dias intermináveis até receber o diagnóstico de câncer de mama. E agora? Neste momento fiquei assustada e chorei.
Minha amiga me disse: chore, chore bastante, coloque todo o seu sentimento para fora, não guarde nada. Assim eu fiz, me permiti chorar naquele dia e aceitar a doença. No dia seguinte, acordei pronta para a luta e de alma lavada. Naquele momento, começava a corrida contra o tempo.
Há algum tempo li o livro Pedras no Caminho, do frei Pedro Cesário de Palma. Um capítulo, que falava sobre doença, havia me chamado atenção e neste dia fui ler novamente e desta vez me tocou.
Diz assim: “... a doença precisa ser encarada com paciência, confiança e aceitação. O desespero, a revolta e a angústia, além de não ajudarem no processo de recuperação, atrapalham a cura”.
Há uma expressão muito verdadeira: “É preciso serenidade para aceitar as coisas que não se pode mudar e coragem para modificar aquelas que podem ser alteradas”. Portanto, quando não se pode modificar certas situações, é preciso aceitá-las. E, aceitando, já se está superando.”
Não devemos perguntar por que? E sim para que? Acredito que o câncer veio para me ensinar, como um marco em minha vida, para definir o antes e depois.