O sistema linfático corresponde a inúmeros canais (ou vasos) que transportam a linfa proveniente da maioria dos tecidos e órgãos do corpo humano. Estes canais confluem para "estações" intermediárias de morfologia similar a um nó ou nódulo, denominadas linfonodos ou gânglios linfáticos. O sistema linfático desemboca finalmente no sistema venoso.
Além da função de transporte, o sistema linfático tem a função de defesa por "filtrar" e/ou eliminar agentes estranhos (micróbios, partículas, macromoléculas, células anormais) presentes na linfa, principalmente através dos linfonodos. Infelizmente, na maioria das vezes o sistema linfático não consegue eliminar ou reter as células de câncer, servindo como via de disseminação ("espalhamento") da doença ao invés de defesa do organismo.
Atualmente o linfonodo sentinela é considerado o PRIMEIRO gânglio linfático a drenar o sítio do tumor (necessariamente tumor sólido), apresentando a propriedade de predizer a situação do restante da cadeia linfática responsável pela drenagem do tecido ou órgão acometido, ou seja, caso o linfonodo sentinela não apresente infiltração por células de câncer, a chance do restante da cadeia linfática estar infiltrada é quase nula, não sendo mais necessário cirurgias de esvaziamento ganglionar, minimizando os riscos e complicações inerentes a maior complexidade do procedimento. Na situação inversa, caso o primeiro linfonodo esteja infiltrado por células cancerosas, a probabilidade do restante dos linfonodos estarem acometidos é significativa, devendo-se então proceder a uma cirurgia de esvaziamento ganglionar (procedimento mais agressivo) e, na maioria das vezes, tratamento sistêmico (ex.: quimioterapia, hormônio-terapia, imunoterapia, radioterapia).
A primeira aplicação deste conceito foi em 1960 em cirurgia por câncer de parótida (glândula salivar), onde se retirava o primeiro linfonodo (sentinela) responsável pela drenagem da glândula acometida; caso o mesmo estivesse infiltrado por células cancerosas procedia-se ao esvaziamento dos gânglios linfáticos do pescoço (cirurgia de maior porte), caso contrário, não haveria necessidade deste esvaziamento ganglionar, sendo a cirurgia restrita à glândula parótida com tumor.
Nos anos seguintes, entre as décadas de 70 a 90, o conceito do linfonodo sentinela foi estendido ao câncer de pênis e melanoma, sendo neste último utilizado de maneira sistemática a detecção por métodos visuais (linfografias e corantes) do linfonodo sentinela antes da cirurgia.
A partir da década de 90 a aplicação do linfonodo sentinela foi testada e analisada no câncer de mama. Devido à importância mundial desta doença, surgiram milhares (literalmente) de estudos científicos e pesquisas clínicas nesta temática, com resultados confiáveis e satisfatórios que consagraram o uso do conceito do linfonodo sentinela para predizer de maneira precisa o "status" da cadeia linfática de drenagem da mama (na grande maioria dos casos, a cadeia axilar), reservando as cirurgias de esvaziamento axilar – antes realizadas na quase totalidade das pacientes – para apenas quando necessário, ou seja, na presença de infiltração tumoral do linfonodo sentinela.
A linfocintilografia enquadra-se neste contexto como método de excelência na detecção pré-operatória do linfonodo sentinela no câncer de mama e melanoma, apresentando resultados ótimos quando associada à técnica do corante azul vital.
O CERMEN, com sua filosofia de vanguarda e preocupação constante com a aplicação benéfica da tecnologia, associou-se a um renomado grupo de cirurgiões, mastologistas e oncologistas na aquisição do gamma-probe, oferecendo a técnica do linfonodo sentinela associada à detecção e retirada precisa pela cirurgia radioguiada.
Esta técnica oferece resultados similares e, em alguns estudos, melhores que a técnica do agulhamento ou carvão, com a grande vantagem de menor incômodo para a paciente.
Ainda, a cirurgia radioguiada pode ser aplicada nas cirurgias de paratireóides (adenomas), câncer de tireóide, osteoma osteóide, tumores neuroendócrinos, enfim, qualquer lesão de difícil localização que concentre seletivamente determinado radiofármaco e que seja passível de tratamento cirúrgico.
Sim. Os riscos são mínimos e relacionados apenas a probabilidade de reação adversa a medicamentos (incluindo reação alérgica), sendo o rubor cutâneo temporário (pele avermelhada) a reação mais verificada, não se observando nenhuma reação grave que necessite de hospitalização ou que cause sequela para saúde.
Lembre-se: o exame é contra-indicado em mulheres gestantes ou em amamentação. Caso esteja amamentando, deve-se suspender a amamentação e o contato íntimo com a criança por no mínimo 24 horas após o exame.
O procedimento é semelhante nos casos de detecção do linfonodo sentinela em câncer de mama e melanoma, diferindo apenas no local das injeções do radiofármaco.
Os radiofármacos utilizados são drenados pelo sistema linfático no local da injeção, sendo captadas e retidas no primeiro linfonodo, ou seja, o linfonodo sentinela. Nos casos de câncer de mama, pode-se injetar o radiofármaco em 4 pontos superficiais em volta da aréola ("margens do mamilo") ou então junto ao tumor. Nos melanomas, injeta-se de 2 a 6 pontos superficiais ao redor da lesão na pele.
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